quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cinema Educativo, ainda...

Nos anos 30, a oligarquia do café, que abraçara o ideal do ensino intuitivo, entra em declínio, e é substituída por outro grupo, de caráter urbano que, em São Paulo, não desenvolveu um programa educacional próprio. Na verdade, o decreto de 1982 continuou vigente, mas sem real efetivação. As escolas modelo não se difundiram como se pretendia e o ideal se tornou utopia.

Nessa época, Cecília Meireles, a partir de sua função de coordenação da Instrução Pública, defende o Cinema Educativo como possibilidade de "trazer o mundo para dentro da escola", um aprendizado abrangente, onde "quase tudo (senão tudo) pode ser aprendido só pelo cinema".

Na mesma perspectiva, Theodoro Braga defende a necessidade de se valorizar os elementos nacionais. A arte é vista como "auxiliadora" dos outros assuntos, como o desenho fora colocado a serviço da ciência e do cientificismo.

No planejamento das aulas, e das aulas de artes, especificamente, devemos procurar perceber qual o uso da ferramenta, ou a relação entre o meio e os objetivos. Perguntas como: ensinar o quê, para quê e como? devem nortear as escolhas que o planejamento implica, levando-se em consideração a possibilidade de que essa aula seja proposta para pessoas que não gostem de artes, também, e não apenas aos aficionados. Deve implicar nesse convencimento do não convencido.

Uma análise do curta "Mãe Mão", de Marcos Magalhães pode relacionar essa condição de experiência e adesão, ou não, às questões propostas, no caso, pela grande mão.




Uma possibilidade de uso desse material, dentro de uma aula de artes visuais, poderia implicar na discussão da relação entre o que é ensinado, num programa de aulas, ou ainda, no condicionamento civilizatório que passa pelo ensino escolar, e o sentido dado a esse conhecimento pelo estudante. Poderia-se, a partir dessa discussão, iniciar uma série de abordagens de imagens de arte e da mídia, de um modo geral, na perspectiva dos estudos da cultura visual.

Na proposta de desenvolver uma continuação da animação de Marcos Magalhães, imagino um retorno ao começo, pois há um ciclo contínuo de aprendizados e ampliações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário