domingo, 4 de abril de 2010

Arte e Tecnologia — Ensino de Arte

Dentro do Seminário Permanente de Arte e Tecnologia, tivemos a oportunidade de ouvir a Professora Dra. Diana Domingues, professora titular do Departamento de Artes da Universidade de Caxias do Sul e diretora do grupo de pesquisa Novas Tecnologias nas Artes Visuais, que desenvolve a pesquisa Arte, Tecnologia e Comunicação: Poéticas, Nós e Interações, uma ação que integra as áreas de artes, informática e automação industrial.
O início da carreira artística de Diana Domingues foi na gravura, mas, a partir do uso das tecnologias eletrônicas, seu trabalho se orientou para experiência com as mutações que as imagens sofrem ao migrarem através de suportes diferenciados como a fotografia, o vídeo, a imagem digital e em percursos inversos. Utilizando dispositivos de visualização do interior do corpo, a partir da proximidade com o meio médico, seu trabalho caminhou para a obra My Body, My Blood, de 1997, sintetizando a interação entre os campos artístico e biológico.
Seu percurso tem sempre se desenvolvido no intercambio entre áreas diferenciadas da ciência e a arte, envolvendo meios tecnológicos para experimentar percepções estéticas.
Em sua fala no Seminário Permanente de Arte e Tecnologia, Diana Domingues discorreu sobre sua experiência de trabalho e pesquisa na fronteira entre a ciência e a arte, a partir de uma proposta de busca de áreas de ignorância, onde cada estudante contaminaria o outro com seu conhecimento, dentro de ambientes de interação.
Domingues comenta sobre seu atual projeto junto à Universidade de Brasília, a partir de sua experiência de trabalho em projetos que envolvem artistas e cientistas, procurando estruturar uma proposta de pós-graduação que envolva as diversas áreas existentes na universidade. Para tanto, fundamentou-se em Benjamin e sua idéia de autor como produtor. O artista pensaria o aparato tecnológico não só como produção de conteúdos, mas como questionamento do mundo, em semelhança ao artista renascentista Leonardo.
A pesquisadora apresentou a arte e a tecnociência como possibilidade de ação de uma engenharia da natureza, onde o design de interfaces poderia propor novas relações entre o ser e seu ambiente. As atuais pesquisas estariam assim, orientadas para uma humanização das tecnologias.

Dentro da sala de aula de artes visuais, as mídias contemporâneas poderiam participar dessa orientação para a humanização a partir de sua possibilidade de trasformar o usuário passivo da cultura cibernética em produtores de imagens, estruturas e idéias. A compreensão dos mecanismos de padronização difundidos pela globalização poderia dar poder ao consumidor, de apropiar-se de seus elementos e, num processo intencional de hibridização, contaminá-lo com seus elementos culturais específicos.

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